Anvisa quer valorizar fitoterápicos
Conheça alguns mitos e verdades sobre os fitoterápicos

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8 / 15Produtos também oferecem riscos
A atuação dos fitoterápicos é ampla: aliviam de má digestão a problemas de insônia. VERDADE: São muitos os ativos, como alcachofra, que facilita a digestão e alivia desconfortos abdominais e gases; castanha da Índia, eficaz para tratamento de sintomas de insuficiência venosa, como sensação de dor e pesos nas pernas; espinheira santa, muito utilizada no alívio de gastrite e úlcera gastroduodenal; e valeriana (foto), amplamente empregada para ajudar no sono, para citar apenas alguns exemplos. "É difícil fazer uma lista dos principais fitoterápicos, pois há uma gama enorme que, praticamente, trata qualquer disfunção ou doença", salienta Rafael Martins Xavier, graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Paulista, consultor técnico da NutraWay, empresa especializada em nutracêuticos
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Em efeitos colaterais. MITO: efeito colateral, como o próprio nome indica, é algo que aparece por ação do fármaco em outra á
rea que não a desejada. E isso acontece não apenas com elementos sintetizados em laboratório (remédios alopáticos) com
o também com itens extraídos de plantas. A erva de São João, ou hipérico (foto), por exemplo, é um vege
Como são 100% naturais, os fitoterápicos não apresentem efeitos colaterais. MITO: efeito colateral, como o próprio nome indica, é algo que aparece por ação do fármaco em outra área que não a desejada. E isso acontece não apenas com elementos sintetizados em laboratório (remédios alopáticos) como também com itens extraídos de plantas. A erva de São João, ou hipérico (foto), por exemplo, é um vegetal com propriedade antidepressiva que pode causar fotossensibilidade e contrações uterinas, com risco de aborto; além disso, há o perigo de hipertensão se combinado com alguns alimentos como queijo, repolho, picles e vinho. Já a cáscara sagrada, conhecida por seu efeito laxante, se ingerida em exagero detona problemas gastrointestinais
O tema fitoterápicos voltou à pauta recentemente com a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no início do mês de março, de uma iniciativa regulatória para revisão das normas para esse tipo de produto no país. "O próximo passo é a publicação de consulta pública, na qual qualquer cidadão poderá se manifestar sobre o tema", informou a assessoria de imprensa da entidade.
A medida vai permitir que itens que vinham perdendo espaço no mercado sejam resgatados, "valorizando a biodiversidade do Brasil". Atualmente, como todos os produtos e fármacos têm que passar por testes de segurança e eficácia antes de chegarem às prateleiras, algumas substâncias não se enquadravam nas exigências para registro de medicamento. A Anvisa espera então que, com a proposta, os usuários tenham acesso a mais opções terapêuticas. Sem falar,
claro, no estímulo à indústria nacional de fitoterápicos. "As normas antigas continuam valendo até que tudo esteja acertado", diz a Anvisa.
A partir da iniciativa regulatória da Anvisa, fica clara a divisão em duas categorias: os medicamentos fitoterápicos, que devem seguir as mesmas regras das drogas sintéticas, com exigência de testes clínicos de segurança e eficácia; e os produtos clássicos fitoterápicos, que teriam apenas de comprovar seu caráter tradicional e sua segurança com base na literatura médica. Quer dizer, para o último grupo, testes clínicos não seriam mais necessários.
"Para entender a diferença entre um e outro: o medicamento fitoterápico tem indicação terapêutica e bula dizendo para que serve, sendo vendido somente com receita ou como medicamento fitoterápico isento de prescrição médica; já o produto fitoterápico não pode ter indicação terapêutica, e apresenta plantas medicinais na fórmula", explica Sérgio Tinoco Panizza, membro da Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
claro, no estímulo à indústria nacional de fitoterápicos. "As normas antigas continuam valendo até que tudo esteja acertado", diz a Anvisa.
A partir da iniciativa regulatória da Anvisa, fica clara a divisão em duas categorias: os medicamentos fitoterápicos, que devem seguir as mesmas regras das drogas sintéticas, com exigência de testes clínicos de segurança e eficácia; e os produtos clássicos fitoterápicos, que teriam apenas de comprovar seu caráter tradicional e sua segurança com base na literatura médica. Quer dizer, para o último grupo, testes clínicos não seriam mais necessários.
"Para entender a diferença entre um e outro: o medicamento fitoterápico tem indicação terapêutica e bula dizendo para que serve, sendo vendido somente com receita ou como medicamento fitoterápico isento de prescrição médica; já o produto fitoterápico não pode ter indicação terapêutica, e apresenta plantas medicinais na fórmula", explica Sérgio Tinoco Panizza, membro da Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
Efeito tóxico no organismo
Em relação ao fato de muitos médicos criticarem as novas regras, argumentando que há casos de toxicidade hepática provocada pelo uso destes produtos, a agência respondeu que "o assunto ainda está sendo debatido. E, na fase de consulta pública, os profissionais terão a oportunidade de se manifestar sobre a questão, sendo que as intervenções com embasamento científico serão consideradas pelo Corpo Técnico da Anvisa no momento da consolidação da norma".
Em tempo: a fitoterapia é reconhecida como método terapêutico pelo Conselho Federal de Medicina desde 1992. E, das 250 mil plantas catalogadas em todo o mundo, 55 mil estão em território brasileiro, o que comprova a grande biodiversidade nacional.
Em tempo: a fitoterapia é reconhecida como método terapêutico pelo Conselho Federal de Medicina desde 1992. E, das 250 mil plantas catalogadas em todo o mundo, 55 mil estão em território brasileiro, o que comprova a grande biodiversidade nacional.
Consumo em crescimento
Embora não se saiba ao certo o tamanho do mercado de fitoterápicos no Brasil – calcula-se que movimente cerca de 10% do setor de fármacos –, é consenso que seu consumo vem aumentando no país e no mundo.
Segundo o farmacêutico industrial e fitoterapeuta Sérgio Tinoco Panizza, presidente do Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Conbrafito) e da Associação Brasileira de Fitoterapia e Afins (Abraphyto), o segmento mundial de medicamentos derivados de plantas foi estimado em cerca de US$ 26 bilhões em 2011, valor que representa apenas 3% do setor global de medicamentos.
"Em relação ao Brasil, acredita-se em uma participação de 2,5% da aferição mundial, projetando-se um faturamento na faixa de R$ 1 bilhão."
"Em relação ao Brasil, acredita-se em uma participação de 2,5% da aferição mundial, projetando-se um faturamento na faixa de R$ 1 bilhão."

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